terça-feira, novembro 17, 2009

#43 - Live At Reading


O Nirvana, por si só, já é histórico, para alguns a última banda de rock de verdade que existiu, foi ícone de uma geração, influenciou inúmeras bandas, ajudou a colocar o rock no mainstream novamente. Enfim, a importância da banda para o mundo da música faria qualquer pessoa ficar falando horas e horas sobre o assunto.

Porém, o que poucos sabem, que não são os fãs de carterinhas, como a pessoa que vós fala, que o show no Reading Festival, na Inglaterra, foi um acontecimento muito especial para a banda e para quem estava na platéia. Kurt Cobain acabará de ser pai, e por isso, algo raro de se ver, ele estava radiante, feliz pelo o momento que estava vivendo. Apesar de que meses antes, ele tinha tentado convencer Courtney Love a se matar junto com ele.
Havia boatos apontava o possível fim da banda, e até havia boatos que vocalista estava morto. Quem leu o livro “Mais Pesado que o Céu”, tem uma rápida, porém bem aprofundada descrição do que estava acontecendo, onde horas a fama abria portas, e em outras Cobain era apenas um desconhecido que nem poderia usar um banheiro sem ter que pagar. Porém, Cobain gostava desses momentos onde não era reconhecido.
E eu tenho o bootleg desse show, um tanto picotado, faltando músicas, mas têm as conversas e diálogos que não entraram para o CD. Então resolvi fazer uma resenha do show “oficial” e dos bastidores que não foram mostrados.

Era 30 de Agosto de 1992, o show começa com Cobain, entrando numa cadeira de rodas, com Krist Novaselic falando: “Você vai conseguir cara”. O que, momentaneamente, deve ter feito alguns críticos musicas enfartarem na hora. “Como o ícone de uma geração entra de cadeira de roda em um show?”.
Tolos, o vocalista pega a guitarra e logo começa a tocar Breed e logo depois emenda em Drain You, sem dar tempo para o público respirar. Um destaque desta última música, você pode ouvir ela tanto no disco como no show, e elas serão parecidas, só sentirá falta dos patinhos de borracha ao fundo. Alguém já reparou isso no Nevermind? Outras músicas do mesmo álbum tiveram os instrumentais perfeitos. Lounge Act e On A Plain, que são algumas das mais trabalhadas do trio, estavam perfeitas.
Aneurysm sempre foi um dos pontos fortes em qualquer show do Nirvana, talvez ela seja exatamente a definição da banda, calma, melódica, depois berrada e barulhenta. Com certeza pode se considerar o show do Reading Festival, um registro definitivo.

Quem ouvir não acreditará que a banda estava dois meses sem, nem mesmo, ensaiar juntos. E na seqüência vinha a berrada School, Sliver com direito a uma risada, In Bloom, Come As You Are com a platéia em êxtase, Lithium e até a balada About A Girl. Todas elas estavam em perfeita sincronia, algo raro de se ver em qualquer banda que seja.
Houve espaço até para músicas que ainda iam sair no In Útero, como Tourette’s e All Apologies. Esta inclusive, teve um momento que não têm no disco, onde Cobain dedica a música à recém nascida Francês Bean Cobain e pede para o publico falar: “Courtney, Eu te amo”.
Musicas novas se misturavam com sons mais antigos, porém com a mesma energia e intensidade, Been A Son e Blew com uma cara diferente do que pode se ouvir nos discos, mais agitadas e interessantes de se ouvir, e até mesmo Spank Thru, que era comum no começo da carreira do trio, antes mesmo de Dave Grolh assumir as baquetas.

Na minha opinião, o final da apresentação deve ter marcado a vida de todos que estavam lá. Para começar, tocaram D-7 da banda Wipers (uma das melhores covers que o Nirvana fez, na minha opinião) e encerraram com a barulhenta e talvez a mais punk rock de todos os sons do trio, Territorial Pissings.
Rápida, direta, pesada, intensa e entre vários outros adjetivos, Cobain ainda tocou uma parte do hino dos Estados Unidos até que, como era obrigatório em seus shows, a banda destrói o palco, quebra tudo o que possível. Até que alguém fala um: "Muito Obrigado e Boa noite".

Live At Reading, não é apenas um disco ao vivo do Nirvana, é um marco histórico, um ótimo presente de Natal para aquele seu amigo grunge, isso se ele ainda não comprou o DVD e CD. É um disco que serve, para os poucos que ainda não conheceram Nirvana, e para o fã de carterinha que deve ter ido aos shows no Brasil. Enfim, são 24 (ou 25 músicas, se for o DVD) que ficaram para a história e que a pessoa terá em “mãos”.
É claro, que tudo isso estará enchendo o bolso da tia Love, mas...é Nirvana.

Um comentário:

  1. Também tenho esse bootleg aqui, ainda bem que masterizaram esse show histórico. Com certeza, vai ser um dos meus presentes de natal, CD e DVD.

    Curti a resenha, ler essas resenhas de rockers "tr00" (haha) e de verdadeiros fãs de Nirvana me deixam feliz.

    Parabéns :D

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