sábado, abril 18, 2009

Sempre mais do mesmo?


Esses dias, comentei com um amigo que estava mais ansioso pelo o disco novo do Rancid, Let The Dominoes Fall, do que para o novo disco do Green Day, 21st Century Breakdown. E ele disse que a música que o Rancid apresentou como single, Last One To Die parecia mais do mesmo, aquela mesma linha de coisa que a banda costuma fazer, e que estava mais esperançoso com o disco do Green Day, pois parecia surgir com uma proposta diferente.
Enfim, será que o "Play Safe" como o esse meu amigo disse, ou "mais do mesmo" como eu disse, é bom?
Na minha opinião, tudo dependerá da banda em questão.
Um ótimo exemplo é o AC/DC, há mais de 30 anos fazendo o mesmo estilo de música, o mesmo rockão simples, direto com poucas notas, mas por décadas fazendo fãs por aí. Em seu último disco, o Black Ice, até os clipes são parecidos, e nem por isso a banda deixou de ser comentada e quem sabe agarrando novos fãs. Um outro exemplo clássico, foi o Ramones, que desde a música até o visual, por mais de 20 anos foi sempre o mesmo, três notas, jaqueta de couro e cabelo comprido. E esse foi um dos motivos para que o Dee Dee Ramone saísse da banda, sempre estar fazendo a mesma coisa, e resolveu tentar uma carreira de rapper que não deu muito certo, mas isso não vem ao caso.
Não tão antiga, temos o Foo Fighters, que teve sim, algumas mudanças, mas sempre manteve o mesmo estilo de fazer musica, não se diferenciando muito entre seus trabalhos, e dando uma identidade para Dave Grohl e sua banda, fazendo com que os fãs sempre esperem nada muito diferente, porém sempre com qualidade.
Porém, todas as bandas precisam mudar, se atualizar, musicalmente ou visualmente. Um exemplo fácil disso é o Kings Of Leon, que deixou de ser uma banda de caipiras que saiu do celeiro com uma pegada setentista de Molly's Chamber, e que a cada disco foi mudando de estilo até chegar ao Rock Pop que está toda hora tocando na MTV com Use Somebody, e nunca se sabe como será o próximo disco. Outra banda, que na minha opinião ficou até melhor com a mudança, foi o blink-182, que assim como o Green Day, o fator determinante para a mudança na banda foi a maturidade, afinal não tem mais sentido ficar se perguntando quantos anos a pessoa tem e correndo pelado como em What's My Age Again?, quando tem uma esposa e filhos; a mudança foi necessária até mesmo para não ficarem eternamente conhecidos como a banda engraçadinha. Em seu último disco, a banda optou por ser mais séria, falar de sentimentos e relacionamentos, e quase foi crucificada pois foi logo relacionada ao rótulo Emo.
Bandas como o próprio Rancid que citei no começo, e até mesmo a Rolling Stones, ou a Ultraje a Rigor no Brasil, sempre mantiveram o mesmo estilo na hora de compor as músicas, a idade chegou apenas para os integrantes, pois as letras continuam como eram no início, Keith Richards e o Roger que o digam.
O "mais do mesmo", pode servir como garantia de que a banda sempre terá uma identidade, que não surpreenda negativamente os fãs e os criticos, porém quando a banda se arrisca a fazer algo diferente, sempre haverá a possibilidade de uma respostas positiva ou negativa, de fãs e criticas sobre o novo rumo. Isso é uma pergunta que ninguem saberá responder, se vale mais continuar fazendo o mesmo som ou arriscar por algo novo.

segunda-feira, abril 13, 2009

This music ain't your fuckin' industry

Nesse feriado acabei indo três dias seguidos numa livraria e vi algumas revistas de musicas gringas sem plastico para proteger, então fui dar uma olhada no que está rolando e o que será que logo pode estar chegando por aqui. Vi algumas coisas interessantes, vi bandas que conheço a algum tempo sendo apontada como novidade, fiquei surpreso (e feliz) em ver o The Gaslight Anthem na primeira pagina da Alternative Press e com uma reportagem de bastante destaque. Ler essas revistas sempre que possível é um habito que pretendo manter por muito tempo, porque não dá para ficar esperando as coisas chegarem aqui para ouvir. Tenho até uma historia engraçada sobre isso, pois conheci Fall Out Boy em 2005 através do meu ex-patrão, achei excelente o recém-lançado From Under the Cork Tree, e Sugar, We're Going Down uma excelente musica. Quando a banda começou a fazer sucesso no Brasil, e essa musica virou hit, me senti incluído no meio de um pessoal que só conheceu essa musica pelo o radio e se acham extremos conhecedores de uma banda que eu conheci meses antes, e nem me gabava disso. Hoje a banda mudou os rumos e não me agrada mais, porém eles tem muito mais fãs que na época que eu conheci, e mais dinheiro.
Quando eu estava folheando as revistas gringas, fiquei chateado com a quantidade de propaganda que a revista tinha. Está certo, propaganda é o que mantem a revista, e propagandas de instrumentos e tours são legais de ver, a pessoa fica com vontade de comprar aquela guitarra que o cara de tal banda usa ou com vontade de ir no show com três otimas bandas que dificilmente poderiam vir ao Brasil juntas. Mas o que me deixou chateado e surpreso foi com a quantidade de propaganda de bandas, é como o Henrike do Blind Pigs canta, Rebeldia virou uma fatia do mercado. Parece que as bandas deixam se vender, não fazem nada pela o tesão da musica e sim, pelo o dinheiro que isso pode gerar. Agora vou usar um exemplo fora do mundo que costumo expor aqui, o Racionais Mc's com o disco Sobrevivendo ao Inferno, o grupo de Rap, vindo da periferia, que lançou o trabalho de formar independente, sem a divulgação em grandes veículos de mídia, conseguiram vender mais de 1 milhão de copias. As musicas eram boas, tinham conteúdo, fez as pessoas irem atrás para comprarem o disco, devia ter algo que fazia o disco ter algo interessante, diferente do que estava na mídia, sendo enfiado goela abaixo. Então será que realmente funciona se expor na mídia? Deixar ela esgotar o artista e depois ficar cobrando algo que supere o anterior?
Quem é mais importante: os fãs que conheceram a banda antes do auge e a seguem até hoje ou os fãs que conheceram no auge e vão deixar de ouvir o disco quando a proxima moda chegar?
Voltando ao Punk Rock, é muito comum as bandas no começo lançarem trabalhos independentes e quando assinam com uma gravadora são chamados de vendidos. Eu estava lendo num blogger de um amigo, uma coisa que me deixou muito surpreso.
Como um dos selos mais conhecidos do Punk Rock, a Fat Wreck Chords, tem uma politica que vai tão anti-ética ao Punk Rock e até mesmo contra uma letra do Fat Mike, proprietário do selo, baixista e vocalista do Nofx. Qual é a politica? A banda assina com o selo, e este fica com os direitos da banda vendendo os discos e merchandising da banda, e logicamente ficando com uma boa parte do lucro. Se a banda gera um bom lucro, pode ir tocar no Vans Warped Tour, e mais lucros vão surgindo para o selo.
Isso é bonito, é legal, quase toda banda do estilo sonha em assinar com uma Fat Wreck ou Epitaph Records (selo do Brett Gurewitz do Bad Religion), e participar desses eventos como o Warped Tour, e alcançar o maior sucesso possível através da sua musica e sua guitarra/baixo/bateria.
Porém, quando a banda não faz os lucros necessários, através de clausulas nos contratos, a banda pode ser simplesmente, dispensada pela gravadora, como uma gravadora comum faz. Assim, pudi compreender, porque tantas propagandas de bandas em revistas de musicas. Tem que vender, tem que agradar o bolso do dono da gravadora. Até o Punk Rock se rendeu a industria capitalista da musica, e isso é triste, se for lembrar que algum desses caras, lutaram para divulgar suas bandas, sem precisar dessas gravadoras sanguessugas, e um dia foram independente e tinham orgulho disso.
Na minha opinião, perde aquele espirito que o Punk Rock tinha desde os anos 70 e que ficou muito comum com o Hardcore nos anos 80, do Do-it-Yourself, de ser independente, as bandas se ajudarem, sempre ter alguem querendo ajudar outras bandas, ás vezes, tirando dinheiro do próprio bolso para poder ajudar uma banda a lançar o seu disco e sair com ele debaixo do braço e vender nas banquinhas durante o show, junto com as camisas e bottons. Acho que isso é falar que é o trabalho dele manter o Punk Rock na elite e falar que esta musica não é da industria.

quinta-feira, abril 02, 2009

2009 The Year Of Punk Broke...Again


Pelo menos é o que parece, parece que o ano que o Punk vai renascer, será que daqui alguns anos vão falar do Punk Class of '09?
Ainda é cedo para falar disso, mas esse ano está recheado de coisas boas para quem gosta do Pop-Punk ou o Punk Class Of '94. Obviamente, algumas coisas serão diferentes dessa vez, dificilmente um clipe do Green Day será exibido a exaustão como foi feito com Longview, porque é claro, falar sobre o tédio adolescente não é mais o que eles querem para a vida inteira. Mas a banda está prometendo muita coisa com o seu novo disco, 21st Century Breakdown, por mais que falem que não, acredito que o disco será uma continuação do American Idiot de 2004, ou será que Billie Joe Armstrong deixou sua influencia de The Who ir bem além e fará outros Opera Rock? Não que isso seja ruim, é otimo para os fãs, é íncrivel ouvir um disco que se baseia inteiramente em alguma historia. blink-182 voltou, e espero que o próximo disco seja como o ultimo homônimo de 2003, com a banda madura e com um som muito bem trabalhado. Afinal, blink-182 e Green Day já são pais de família e não podem falar mais sobre masturbação e não saber porque ninguem os entende quando se tem 23 anos.
Rancid já tem data para lançar o Lets The Dominoes Falls, próximo dia 2 de Julho. Acredito que vai continuar na linha que eles mostraram no seu ultimo disco de 2003, Indestructible, ou seja vai vir uma coisa boa de qualquer forma, ainda mais por que foi produzido por Brett Gurewitz (Guitarrista do Bad Religion).
Outra banda bem influente da época e que está para lançar um novo material é o NOFX, previsto para o final desse mês, Coaster, produzido por Bill Stevenson (Baterista do Descendents/ All) que também produziu o trabalho de estudio anterior, Wolves in Wolves' Clothing de 2006. E você pode baixar diretamente aqui, a musica que a banda disponibilizou para download, The Quitter.
Outra banda que creio que entra nesse sala, é o Anti-Flag que anunciou para 9 de junho seu proximo disco, The People or The Gun. Infelizmente, não conheço muito bem a banda, mas pelos fãs que conheço, é mais um disco muito esperado para esse ano.
Em terras tupiniquins, onde também tem bandas da Class of '94, Firstations lançará um EP chamado Same Way, que será o relançamento de duas musicas da banda mais uma versão de banda, que segundo eles, é "foda" e que vai ser uma previa para o próximo trabalho do trio de Brasilia. Lembrando que alguns integrantes da banda junto com outros integrantes de outras bandas formam o Back To 94, que além de ser uma banda também faz cover de Green Day e Rancid. E o Shileper High pretende lançar um disco ainda esse ano, com a formação original.
Só falta o Holly Tree anunciar que vai voltar a tocar, e com o Zeh na bateria, e a cena aqui no Brasil ficaria agitadissima. Sonhar não custa nada.
Agora as bandas que já lançaram.
Lá fora, MxPx a poucas semanas lançou o On The Cover II, um disco, que como no nome diz, de covers ou versões, como queiram. Algumas coisas ficaram interessantes, como uma banda de Pop Punk fazer uma cover de uma banda HardRock como Poison (Fallen Angel) ou Queen (Somebody to Love). Kids in America (Kim Wilde) ficou muito boa assim como a versão de Shold I Stay Or Should I Go (The Clash) cantada pelo o Guitarrista Tom Wisniewski.
E por aqui, há poucos dias também, o Razorblades lançou o EP Headbanging, apenas com três musicas, mas um excelente EP, como já é de costume esperar da banda, e como vi na comunidade da banda no orkut, que pena que eles ainda estão apenas no Brasil, porque a banda tem uma grande capacidade de estourar.

Bom, espero que esse realmente seja um ano que o Pop-Punk de verdade volte a ter uma exposição a mais devido a esses lançamentos muito interessantes para quem é fã do estilo, assim como eu.