terça-feira, julho 21, 2009

Cowboy Samurai

Sempre fui muito fã de Animes e Mangás, mas confesso que acho anime songs um tanto chato demais. Primeiro por ser em japonês, e eu não entendo nada, e segundo por estar misturando o japonês e o inglês, o que não acho muito legal. Porém, existem dois animes, que pessoalmente, gosto muito, que acho as trilhas sonora excelentes. Cowboy Bebop e Samurai Champlo. Ambos do mesmo diretor, Shinichiro Watanabe, que também dirigiu duas animações do Animatrix (Kid's Story e A Detective Story)

Então hoje vou falar de Animes e suas trilhas sonoras.
Cowboy Bebop se passa em 2071, conta a história de caçadores de recompensa Spike Spigel e Jet Black abordo da nave Bebop. O anime, perto de muitos outros, é curto, com 26 episódios. Dentro do seu enredo, sempre abusando da Cultura Pop, a trilha sonora surpreende com uma enorme dose de Jazz e Blues dos anos 40. Sua abertura lembra bastante antigos seriados de ação americano, a música (Tank) foi composta por Yoko Kanno, conhecida no Japão por fazer músicas para outras series, filmes e também é líder e tecladista da banda The Seatbelts.
A influencia musical não fica apenas na trilha sonora como nos nomes dos episódios, como Stray Dog Strut, trocadilho com a música Stray Cat Strut do Stray Cats; Honkey Tonk Woman e Wild Horses, músicas do Rolling Stones; esses são alguns dos exemplos. E teve até uma homenagem a nós, brasileiros, como em Mushroom Samba. Além dos personagens Antônio, Carlos e Jobim; três senhores que sempre aparecem entre aparecem nos episódios jogando baralho, uma clara referencia ao grande músico Tom Jobim.
O desenrolar da história é bem devagar, com bastante episódios um tanto fúteis ou monotonos com enumeros flash backs, mas o anime fez tanto sucesso que haverá uma adaptação para o cinema, prevista para 2011, com Keanu Reeves como Spike Spigel.


Samurai Champloo, a mistura de elementos de Cultura Pop é o fator que mais faz diferença a história. Os 26 episódios contando a história de Fuu, a garota que está atrás do Samurai com cheiro de girassóis e seus dois "guardas", o vagabundo Mungen e o Rônin Jin no período do Japão Feudal. Uma historia normal até inserirem elementos como Hip Hop e Grafite.
Isso fica bem claro na abertura, a música foi feita por Nujabes, um famoso produtor e Dj de Hip Hop japonês, e logo depois no estilo de luta de Mugen, que lembra bastante os passes de Break Dance e até mesmo a nossa Capoeira. Em um dos episódios, existe um samurai que fica fazendo Human Beat Box, e várias vezes em cenas de luta, sempre acaba rolando um Hip Hop como trilha sonora. Trilha que ficou tão boa que no Japão tiveram várias coletaneas, pois abriu as portas paras muitos rappers de olho puxado mostrar os seus trabalho.
Porém, ao contrário do Cowboy Bebop, os personagens são mais cativantes, os episódios são engraçados e prendem bastante quem estiver assistindo. Infelizmente, não existe nenhuma previsão de filmes, nem mesmo em animação.

Bom, é isso.
Não são animes impossíveis de achar. Na maioria dos sites "especializados" tem baixar ou se você ir em algumas lojas que vendem DVDs, sempre achará.

See You In The Space Cowboy!

quinta-feira, julho 16, 2009

Sun Tzu e Saint Seiya


Algumas semanas atrás, o Dance Of Days disponibilizou um novo single, chamado Corona Australis, com uma letra com várias referencias mitológicas, chegando a Sun Tzu e até Seiya do Cavaleiro dos Zodíacos, me fez lembrar muita uma fase que admiro muito da banda, do disco A Valsa das Águas-Vivas.
Lançado em 2004, o disco teve várias participações bem interessantes, como o Badaui do CPM22, Henrike do Porcos Cegos e, principalmente, a Fernanda Takai do Pato Fu, cantando Adeus Sofia, um dos hits da banda. Porém, o que mais me chamou atenção foi as letras, feitas de formas extremamente pessoais pelo o Nenê Altro, bem conhecido no Hardcore nacional, amado por muitos, odiado por muitos também.
Mesmo sendo um diário aberto da vida do vocalista e letrista, em A Valsa das Águas-vivas faz aquele ouvinte mais curioso procurar saber quem foi Dorian, Laocoonte, Narciso e qualquer outro nome que seja citado. Percebe-se que não foram apenas palavras jogadas que para que rimassem bem, eles criam um sentido maior a letra. São poesias que acabam servindo como uma aula de história.
Isso é uma coisa bem rara em letras de muitas bandas. Letras que fazem o fã ir atrás do motivo daquela citação e assim adquirir um conhecimento que pode ser acrescentado no seu dia-a-dia, através da sua banda favorita. É algo muito interessante e agradável.
Foi por essa curiosidade que eu li "O Apanhador no Campo de Centeio", já que gostaria de saber quem era o tal de Holden Caulfield, que é nome música do Dance Of Days e citado pelo o Green Day em Who Wrote Holden Caulfield? É por esse motivo que gostaria de ler "Espere a Primavera, Bandini", livro que inspirou o nome do disco do Dissonicos (Espere por mim, Bandini). Entrar no Wikipédia para saber o que era Doppelgänger, que dá nome a um dos instrumentais do Eu serei a Hiena.
Ou seja, ninguém pode dizer que que ouvir Rock não traz conhecimento, pelo contrário, pode trazer bastante conteúdo gigantesco. Sempre haverá algo a se aprender com aquela música da sua banda preferida.

segunda-feira, julho 13, 2009

Rockers go to college


Hoje, Dia do Rock, resolvi colocar uma matéria diferente.
Muitos pais acham que os ídolos dos seus filhos não passam de músicos vagabundos que só sabem tocar guitarras barulhentas. Um grande engano, pois existem muitos músicos e principalmente roqueiros com excelentes formações acadêmicas.
Começamos por Brian May. Ao mesmo tempo em que era o guitarrista do Queen, se formou em Física. Em 2007, May se tornou Doutor em Astrofísica e têm o Universo como um hobby inclusive já recebeu prêmios, títulos por serviços prestados e publicou livros ligados ao assunto, um deles sobre o Big-bang, e há quem diga que o cara já tem até uma estrela com o seu próprio nome.
Outra grande figura do Rock que também já foi à faculdade é Mick Jagger. Antes de se jogar de vez no Rolling Stones, Jagger estudou Economia na London School of Economics, abandonou o curso, mas como todo mundo sabe, hoje é ele quem controla os negócios do de uma das bandas mais rentáveis do mundo.
Parece que a área de biológicas atrai o pessoal do Punk/Hardcore. Milo Aukerman, vocalista do Descendents, deixou a banda de lado, foi para a faculdade e se tornou Doutor em Bioquímica, por esse motivo o primeiro disco do quarteto de Pop Punk se chama “Milo Goes to College”, o que explica também os hiatos da banda, pois, Aukerman se divide entre a banda e sua vida acadêmica.
Dexter Holland, vocalista e guitarrista do The Offspring, depois de ser o melhor aluno do colegial, formou-se em biologia e tem mestrado em biologia molecular. Com o sucesso do disco Smash, ficou difícil dividir o tempo entre os palcos e os laboratórios. O refrão de “Come Out And Play” (“You gotta keep 'em separated”) surgiu de tanto que Dexter ouviu do seu orientador que tinha que manter as moléculas separadas.
Além de escrever e ser a voz das letras politizadas do Bad Religion, Greg Graffin formado em Antropologia e Geologia e tem doutorado em Zoologia. E quando não está em tour com a banda, leciona Ciência da Vida na UCLA.
Não podemos esquecer é claro de Rivers Cuomo, vocalista e guitarrista do Weezer, foi outro que deixou a banda de lado por uns tempos para se dedicar aos estudos e foi para Havard estudar letras, o que fez o cara ficar com mais fama de nerd.
Em Terra Tupiniquins, também temos muitos roqueiros com formações acadêmicas.
Outro que se divide entre os livros e os palcos é Mao, vocalista da banda Garotos Podres. Doutor em História, teve sua tese de doutorado lançada em livro, “A Revolução Cubana e a Questão Nacional”. O cantor ainda é professor de História na Universidade Guarulhos (UNG) e também em cursinhos e escolas públicas.
Se uma dia resolvesse largar os vocais do Pato Fu, Fernanda Takai já teria uma outra profissão. Em 1993, a cantora se formou em Relações Públicas na Universidade Federal de Minas (UFMG). Mas com a sua carreira solo, dificilmente a area de comunicação será uma outra atividade.
Enquanto cursava Jornalismo na Pontifíca Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) do Rio de Janeiro, Marcelo Camelo começou a ter os seus primeiros contatos com o palco, formando algumas bandas antes de estourar com o Los Hermanos e virar o ícone dos jovens intelectuais brasileiros.
Antes de se tornar um dos nomes mais conhecidos do Metal nacional. Em 1994, Edu Falaschi teve que deixar sua primeira banda, Mitrium, para se dedicar a faculdade de Propaganda & Marketing, mas 4 anos depois voltou a música com a banda Venus e ficando mais conhecido ainda quando assumiu os vocais do Angra.
Outra que deixiu a banda para se dedicar aos estudo foi Ira Trevisan, ex-baixista do Cansei de Ser Sexy. Formada em Moda, chegando a trabalhar com Alexandre Herchcovitch antes do sexteto se tornar hype e internacional. Em 2008, resolveu deixar o CSS para fazer uma pós-graduação em Moda na França.
Bom, isso explica que existe muitos roqueiros que se dedicaram aos livrros além dos seus instrumentos, e também serve para muitos pensarem duas vezes antes de falar que todo musico é desocupado e preguiçoso.

Fontes: Wikipédia. Super Interessante Julho de 2008, Edição 254.

sábado, julho 04, 2009

Spider-Man...Spider-Man

Lembro no ano passado ler várias noticias de sites especializados em Histórias em Quadrinhos no EUA e ficar curioso com a história das mudanças drásticas que iriam acontecer na vida do Peter Parker.
Afinal, como assim, um dos casamentos mais esperados da história da Marvel vai acabar? Joe Quesada, editor chefe da revista, ficou louco?
Oito edições após a nova fase do Cabeça de Teia, eu começo a fazer as minhas avaliações sobre elas. E como fã, eu acho que todas elas foram ótimas para o andar da história. Acompanhei as histórias de Um Dia A Mais, e confesso que estava sendo bem chato ver Parker reclamando e choramingando da vida, fugindo da policia e até do Homem De Ferro. Estava parecendo um dramalhão mexicano, e realmente foi a melhor coisa o acordo com o Mefisto sobre o amor de Peter e Mary Jane e a vida da Tia May.
Já em Um Novo Dia, as histórias estão fluindo muito bem.
É ótimo ver o herói recomeçando a viver, procurando um jeito de sair da casa da Tia e voltar a viver no centro de Nova York, e o Homem Aranha fugindo da policia por não ser um herói registrado e por estar sendo acusado de uma serie de assassinatos. Outros fatos que afetam a vida de Peter, como o infarto de J.J. Jameson, a venda do Clarim Diário e o seu novo dono, o que gera várias cenas engraçadas. Uma nova heroína aparece, Loteria, e deixou muitos fãs com a pulga atrás da orelha, mas quem está bem informado, já deve saber qual é a identidade da moça.
E quanto a vilões, temos três que estão dando bastante trabalho para o nosso amigo da vizinhança.
O primeiro se chama Ameaça e está sempre envolvido com atentados relacionados aos candidatos a prefeito de Nova York, tem uma enorme semelhança com os Duendes (Verde e Macabro), porém nada mais da para saber dele. O segundo é um cara muito bem arrumado chamado Negativo, que parece procurar vingança com a Máfia. E por último temos o Monstro, um viciado que injeta vários tipos de experimentos do famoso Dr. Connors, e começa a sofrer mutações e coloca a culpa no Aranha. Bom, pelo jeito o pessoal da Marvel ainda continua com uma grande falta de originalidade nos nomes.
O interessante desse arco, é que ele não fica fixo em um vilão até que um deles tenha o seu fim, vão variando, juntando histórias e colocando outras paralelas, o que não deixa cansativo a leitura. Os roteiros também estão muito bem feitos, mostrando bastante o lado sarcástico, marca registrada do personagem. As artes também não deixam a desejar, estão muito bem feitos. Porém acredito que os traços de Chris Bachalo, que desenhou uma das histórias paralelas, combinariam melhor com as mudanças que já estão sendo feitas nessa nova fase.
Estou gostando muito dessa nova fase dos HQs de um dos principais heróis da Marvel, bastante ação e histórias que prendem bastante quem é fã do personagem com muitas surpresas, suspenses e bom humor, acima de tudo. O que faz até esquecer a presença da Mary Jane no cotidiano de Peter Parker.

sexta-feira, julho 03, 2009

Hey, Ho, Let's Go...


Muito tempo sem postar, estava sem ideia, então, resolvi contar a minha historia com o Ramones. Isso pode soar meio clichê e não ter nada haver com o blogger, porém quis escrever relatos da minha vida com a trilha sonora da banda.

Lembro-me de quando era bem pivete, meus tios ouvirem a banda, acho que a primeira música que consigo lembrar com clareza é Surfin Bird, com um cara com uma voz estranha que eu achava muito engraçada, e eu apenas com os meus 4 anos talvez.

Dois anos depois, a banda veio a terminar, e eu ainda estava no primário e nem conhecia o Rock.

O tempo passou, eu com 11 anos e na 5ª serie, um dia resolvi bolar aula levando um radio de pilha e rodar boa parte de Santos. Infelizmente, o dia foi legal para mim, mas não para os fãs de Ramones. Era 15 de Abril de 2001, e Joey Ramone havia morrido de linfoma. Ouvi bastantes músicas do quarteto Punk de Nova York. Lembro que as músicas apenas combinaram com o meu dia, mas não podia imaginar o quanto aquele cara alto e estranho ia ser importante para minha formação musical.

No ano seguinte, minha mãe convidou um amigo dela para me ensinar Inglês. Após alguns meses de aula, ele levou um disco para nós escutarmos durante a aula, Greatest Hits Live. Foi quando definitivamente o Ramones entrou para a minha vida. Um dos exercícios daquele dia foi cantar Pet Sematary e Spider-Man, para ver o quão rápido estava minha pronuncia. Enfim, aprendi inglês, traduzindo letras do Dee Dee, e por “culpa” dele, ainda hoje, mesmo após várias aulas, sempre falo e escrevo “I wanna...” invés do correto e polido “I Want...”. Infelizmente, em 5 de Junho daquele ano, Dee Dee morre por overdose.

Aposto que de tanto eu falar para o meu tio, nos meses seguintes, para arranjar qualquer coisa, até fita K7 servia, da banda para eu ouvir, ele me deu uma coletânea da banda, e assim sosseguei um pouco. Alguns meses depois, convenci minha mãe a comprar o Loco Live, várias camisas da banda, algumas delas estão até cinzas de tanto que eu uso, e já me renderam boas histórias. Mais alguns meses e juntei um dinheiro e consegui comprar também os últimos discos da banda quando houve uma promoção de CDs pela metade do preço no Extra.

Quando o Johhny morreu, 15 de Setembro de 2004, lembro que fui arrasado para a escola, com a camisa deles debaixo do uniforme. Um funkeiro idiota que eu detestava virou com um sorriso enorme e disse: Pó, ta sabendo que o guitarrista do Ramones morreu?

Devo ter me sentido igual aos fãs do Beatles quando John Lennon falou que o sonho tinha acabado. Era um ídolo a menos na minha lista dos que um dia queria conhecer.

Meu gosto por leitura e a curiosidade de saber como era o inicio da cena Punk, fui ler Mate-Me, Por Favor, e algumas semanas depois fui novamente à Martins Fontes e comprei o Coração Envenenado – A Minha Vida com os Ramones, a autobiografia do Dee Dee, e não esqueço a frase:

Enquanto existir um garoto revolta com uma guitarra, sempre existirá Punk Rock.

Nem precisa dizer da onde veio minha enorme vontade de ter banda.

Comecei a trabalhar, e comprei muitos CDs e DVDs, um dia resolvi comprar o Ramones Mania, e enquanto voltava para casa, percebi que no encarte tinha o autografo do CJ, ninguém no ônibus deve ter entendido a gargalhada que dei.

Quando ganhei meu baixo, a coisa que mais fiz foi aprender músicas do Ramones, era meu passatempo preferido junto com ouvir Descendents no verão de 2006/2007. Até hoje, fico feliz quando aprendo alguma música deles.

Ramones me ensinou bastante coisa, aprendi muito com eles, não só no conceito de música, mas as letras do Dee Dee foram muito importantes para mim, até hoje sempre tenho surpresas com elas. Ás vezes elas aparecem no momento, falando o que eu deveria fazer. Sem dúvida, uma das bandas que mais ouvi na minha vida, sempre me coloca para cima naqueles momentos mais tristes, ou me faz lembrar pessoas e passagens da minha vida.

Talvez se não fossem eles, muitas bandas que eu gosto de ouvir hoje em dia também não existiriam.

Tenho muito a agradecer ao Joey, Johnny, Dee Dee, Tommy, Marky, Richie e CJ, por mudarem minha vida.

Enfim, obrigado.

Gabba Gabba Hey... Adios Amigos!

Foto por Bob Gruen