quinta-feira, agosto 20, 2009

#27 - Bleach


Há um tempo estava ouvindo falar que a famosa gravadora Sub Pop iria relançar o disco Bleach, primeiro disco do Nirvana, para comemorar os 20 anos do álbum. E ontem eu pudi conferir no site "Tenho Mais Discos que Amigos", que não será um lançamento qualquer.

O disco terá duas versões. Um CD duplo e um vinil duplo.
Enquanto o CD terá como bônus um show inteiro gravado em 1990, já os vinis serão branco. E ambos terão encartes com fotos exclusivas, muito legal, já que o encarte do disco é um tanto sem graça.

Empolgado por esse relançamento, resolvi fazer a resenha desse disco, que mostra o trio como um diamante bruto que ainda tinha que ser lapidado, e o resultado da lapidação foi o Nevermind, 1991.

Então voltamos para 1989.
Mais precisamente, 15 de julho. É lançado Bleach, o que poderia ser mais um disco de mais uma banda que a Sub Pop resolveu lançar, mas foi mais um embrião de uma das bandas que marcaram a história do rock. A banda já era famosa por suas performances, que normalmente terminavam em instrumentos quebrados.

O disco traz algumas histórias interessantes.
Apesar de ser creditado no disco, Jason Everman, não tocou nenhuma música, apenas emprestou 600 dólares para a gravação, chegando a tocar em alguns shows, mas foi expulso. Kurt Cobain quis que o nome fosse creditado como Kurdt Kobain, por que caso o disco fosse um fracasso, ninguém ia lembrar do nome.

Iniciando com Blew, é fácil perceber o peso da banda e a voz carregada de emoção de Kurt Cobain, trazendo na letra um grito por liberdade, sair de uma situação de sufoco. Nada que chamasse mais atenção em meio a tantas bandas de rock indie que fazia a alegria de muitos universitários da época, como o Sonic Youth, que influênciou bastante o som da banda na época. Trurston Moore, guitarrista e vocal da banda, foi amigo bem proximo de Cobain, até perto do seu suicidio em 1994.

About a Girl
, a terceira música do disco, talvez a mais conhecida dentre todas, mostra a banda mais calma, melódica, seguindo a montanha russa que é o álbum. Uma música de amor, tipicamente adolescente. Kurt escreveu a letra quando sua namorada da época, Tracy Marander, perguntou por que ele nunca fez uma música para ela.
E ele a definiu como a amiga tranquila que lhe dava ouvidos que preenchia o lugar ao lado dele, e que esperava por ela o tempo que precisasse, e brinca com o "I Do", o Sim que os noivos respondem no dia do casamento. Uma das minha favoritas. Outra curiosidade, a capa do disco foi feita por Tracy, um exemplo de namorada dedicada. Mereceu a música.

School mostra o som mais distorcido, cru e até punk da banda. Berros e berros para demostrar a irônica sorte de ver alguêm de volta a escola. Mas na verdade era o jeito que ele tinha para se expressar, que assim como era rejeitado na escola, também acabou sendo rejeito no meio alternativo no inicio da carreira.
Love Buzz, cover de uma banda holandesa chamada Shocking Blue, era uma música comum nos shows da banda e acabou entrando para o disco. O clima psicodélico da guitarra junto com a linha de baixo faz a música ser uma da perolas do trabalho. Não tem muito como explicar, apenas ouçam.

Papper Cuts e Sifting trazem um clima sombrio ao disco, enquanto Negative Creep mostra Cobain novamente se esgoelando, outra coisa que era muito comum em shows. A voz dele nesse disco é diferente dos disco seguintes, mais grossa e berrada. O mesmo acontece com Scoff, a diferença é o refrão marcante (Cure Milhões, mate milhões). A bateria dela é algo também muito interessante, muito bem marcada.

Existem duas faixas que saíram apenas em CD, e elas fecham o disco. Big Cheese, um recado a Jonathan Poneman, um dos empresários da Sub Pop, que o fez regravar várias vezes algumas músicas até elas ficarem boas, e Cobain irritado escreveu a letra e gravou. Já Downer, uma das melhores músicas da banda, fecha o disco em um punk rock bem alternativo e rápido, tendo Dale Crover, baterista do Melvins, nas baquetas.

O disco todo é bem cru, a muitos fãs que preferem Bleach ao Nevermind. São discos totalmente diferentes. Enquanto um era só com a ideia de realizar um sonho e ter algumas músicas em rádios universitárias americanas, o seguinte teve uma sonoridade mais pop, para atingir mais pessoas, mas não imaginavam que ia ser pessoas ao redor do mundo inteiro.
Enfim, escutem.
E visitem o site "Tenho Mais Discos que Amigos", sempre com novidades sobre lançamentos de discos.

Um comentário:

  1. Eu prefiro Bleach ao Nevermind. Eu tenho o cd acho demais. Estou lendo o livro " mais pesado que o céu " e vi o filme Last Days, que achei uma droga, mas adoro o Michael Pitt, e um pouco das inovações do diretor. Estou em um momento muito Kurt Cobain.

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